“Ri-te sempre que puderes. É um remédio barato” - Lord Byron
Se não tivermos em conta a
primeira hora depois de acordar, aquele tempo que medeia entre acordar – tomar
banho – tomar pequeno-almoço – tomar café (hora essa em que efetivamente me
considero um ogre maldisposto e em que a atitude mais sensata é não me dirigir
a palavra) considero que sou uma pessoa bem-disposta e bem-humorada. Acho mesmo
que esta será uma das características que mais me define. Sou dona de um riso
fácil e de uma gargalhada sonora. Penso que ser bem-disposto não é totalmente
inato nas pessoas. Há uma parte inata e uma parte (maior) que se trabalha…penso
eu. O que sei é, e disso tenho certeza,
é que ser bem-disposta é consequência de um estado de alma, de uma fé
inabalável, de uma forma de olhar para a vida esperando sempre o melhor. Sou daquelas
que acreditam que pensamentos positivos atraem coisas positivas. E, as poucas
coisas negativas que conseguem passar por essa cortina de pensamentos positivos
são filtradas pela presença constante dos gatos na minha vida (os gatos
neutralizam as energias negativas!) Como tal, sou menina para acreditar que a
“soma dos dias” terá sempre um saldo positivo. É claro que há dias maus. Todos
os temos. Mas habituei-me a procurar algo de positivo nos momentos menos bons.
Acho que isso é algo que se adquire com o passar dos anos (Somos bem mais
intempestivos quando somos jovens. Temos também tendência a achar que o mundo
pode acabar com qualquer problema nosso). Essa é a parte que se trabalha. Considero,
também, que há uma parte inata nesse “positivismo”. Ser positivo está-nos no
sangue, tem a ver com uma forma de ser muito portuguesa. O verdadeiro “tuga”
considera sempre que toda e qualquer catástrofe podia sempre ser pior. O “Tuga
100%” encontra sempre uma razão para achar que teve sorte: teve um acidente de
carro? Desfez o carro? Sim, mas não se partiu todo! Está um temporal e não
levou chapéu-de-chuva? Que aborrecido! Mas pelo menos o carro ficou lavado! É
apanhado pela GNR e é multado? Podia ser muito pior! Podias ter ficado
diretamente sem carta…e o agente até era girinho!... Ver o lado positivo das
coisas faz parte da nossa portugalidade e eu, sou 100% assim. Vejo sempre o
lado bom das coisas. Por isso encaro todos os novos contratos em escolas como
um novo desafio. Claro que é complicada esta vida cigana do hoje estou aqui,
amanhã estou ali. Claro que é difícil nunca saber se vou ter emprego ou se o
“temporário” que me calhou vai ser mesmo de um mês ou me vai permitir chamar de
casa aquela nova cidade por alguns meses. É claro que podia revoltar-me contra
isso tudo (e assumo que já fui bem revoltada!) Mas aprendi a tirar o melhor
partido das situações. E por isso agradeço a oportunidade de trabalhar,
agradeço a oportunidade de conhecer gente nova, agradeço a oportunidade de
recomeçar…sempre. A atitude com que se
chega aos locais define a forma como os vais viver. Como referi, nem sempre fui
uma pessoa tão “always look into the bright side of life”. Antes chegava às
escolas acabrunhada, calada, com uma atitude meio distante de não pertença
àquele local. Passava algum tempo até criar amizades e até me habituar à
cidade, à escola e às pessoas. Hoje em dia chego impondo a minha satisfação por
trabalhar, o meu sorriso por gostar de conhecer pessoas e locais novos e a
minha gargalhada por estar de bem com a vida. E efetivamente isso altera a
forma como vemos os locais e as pessoas e altera, e muito, a forma como as
pessoas nos vêm. Quem joga na tua equipa, os felizes e bem-dispostos, vão-se
identificar imediatamente. Facilmente crias uma rede de suporte, um grupo de
amigos que te ajudam a viver o dia de modo mais positivo. Já as pessoas
cinzentas, que se alimentam de ressentimentos e azedumes, essas, vão fugir de
ti. Incomodas com a tua vivacidade e o teu riso fácil. Por isso considero que o
bem-estar e o bom humor são uma arma pois eles afastam de ti as pessoas
carregadas de energias negativas, que só te poderiam roubar o bem-estar e a
felicidade. Uma arma porque essas pessoas fogem de gente que procura sacar o
melhor que a vida lhes pode oferecer, de gente feliz, nem que seja “gente feliz
com lágrimas” como dizia o autor.
Alfred Montapert dizia que “ O bom humor espalha mais felicidade que todas as
riquezas do mundo. Vem do hábito de olhar para as coisas com esperança e de
esperar o melhor, e não o pior”. Como diz a velha máxima na RFM “Vale a pena
pensar nisso” ;)
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