segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Pés...Há quem ame...há quem  odeie!...

Eu adoro o verão. Primeiro porque adoro calor. Adoro andar na rua e sentir o sol a bater-me nas costas. Aquele calor sentido na pele é para lá de bom. Mas também adoro o verão porque é época de sol, de piscina e mar, época de usar pouca roupa, época de ter um bronze invejável – ok…isso é para os outros…eu fico ligeiramente bronzeada. É época de férias, de ter tempo para “gastar” com aquela família que não vês muitas vezes, aqueles amigos que estão sempre ocupados. É tempo de churrascos, de esplanadas, de caipirinhas e de mojitos. E é tempo, e como eu adoro isso, de usar chinelo, de usar sandália, de andar de “pézinho” livre. Não existe verdadeiramente verão enquanto não te sentires confortável com o pé de princesa praticamente descalço, num belo de um chinelo. E aí está mais uma razão para eu gostar do verão: as pessoas andam de chinelos e eu posso apreciar os pés que possam eventualmente interessar-me. Ok, sei que isso não fez muito sentido mas vou passar a explicar. Gosto de pés. Aprecio pés que sejam bonitos. Claro que para uma apreciadora de pés, só poderia abominar pés feios. E sim, assumo que quando começo a revelar algum interesse por um elemento do sexo masculino, e que o mesmo não usa chinelo, sinto algum frio no estômago quando se coloca a primeira oportunidade de ver aquela pessoa descalça. Se os pés forem feios? Gordos? Maltratados? Isso pode pôr em causa qualquer interesse que se estava a manifestar…há pormenores que estragam tudo, não é?
Para uma apreciadora de pés, as piscinas e as praias são locais adequados ao estudo da beleza, ou da falta dela, dos pés das várias pessoas que ali se encontram. E estava eu precisamente nesta atividade de contemplação de pés (neste caso, os meus próprios pés) quando comentei para as duas amigas que se encontravam comigo: “tinha uns pés tão bonitos…a idade tudo traz…já não são tão direitos…tão perfeitos…” Qual não foi o meu espanto quando, com um certo ar de desdém uma delas diz “Não existem pés bonitos! Pés são das partes mais horríveis que temos no corpo!” Afirmação essa que foi corroborada pela outra amiga que estava ali naquela tarde. Poderão imaginar a minha cara de espanto. Eu gosto de pés. São, sem dúvida, uma das minhas zonas erógenas. Gosto de ver pés bonitos, bem tratados e bem calçados. Como poderia haver no mundo duas pessoas que não gostassem de pés??? Perante essa estranha dúvida que se me impôs no espírito, comecei a questionar aqui e ali, como quem nada quer, no meio de uma conversa e outra, as pessoas sobre o tema em apreço. E eis o que descobri. Estamos perante uma das grandes questões que dividem a humanidade. Ninguém é imune aos pés. Há aqueles que, como eu, apreciam pés (desde que respondam a determinadas características). E depois há a outra parte da humanidade que, como as minhas amigas, odeiam pés, não olham para eles e, tenho cá para mim, evitam tocá-los. E não há volta a dar: pés ou se amam ou se odeiam.
Eu, como disse, gosto de pés. Gosto imenso que me façam uma boa massagem nos pés e gosto de pés bonitos. E aí coloco o pé feminino e o pé masculino. Não aprecio “pézorros”  e por “pézorro” quero falar daqueles pés que são grandes ou muito gordos, muito reboludos. Sabiam que as sapatarias expõem sempre o número mais pequeno do modelo do sapato na montra? É claro que perceberam que o pé de Cinderela (e eu ostento um orgulhoso 34) é bem mais bonito que uma base de tamanho 40!
Tanto o pé masculino como o feminino são considerados por mim bonitos quando são direitinhos, não ostentam joanetes, fininhos, por oposição aos gordos e reboludos (dizem que o pé fino se chama de pé seco) e, de preferência, com uns dedos direitinhos. É claro que isto será, digamos, a matéria prima. Nem todos foram abençoados com pés bonitos mas podem ajudar a torná-los mais aceitáveis. Um pé tratado, sem peles secas, amigo da pédicure será sempre, na pior das hipóteses, um pé aceitável. O problema é que muitas vezes as visitas à pédicure não são com tanta frequência quanto deveriam ser e assistimos a verdadeiros filmes de terror. Haverá pior imagem que estar numa sala de espera (aconteceu-me há pouco tempo) e ter ao nosso lado uma pessoa a abanar indolentemente a perna, oferecendo ao mundo a imagem do seu pé meio seco no calcanhar, adornado por umas unhas com o verniz já bastante escamado? O género fabuloso metade unha, metade verniz? É muito feio…nesse caso, pede-se o favor de calçar um ténis ou as benditas PAEZ para esconder esse “pézinho” feio, feio. Outro pormenor que odeio: a moda do verniz de gel veio colmatar esse grave problema da unha escamada e maltratada! Aquele verniz esconde tudo: desde a unha suja à unha amarela, tudo fica bonito com verniz de gel! O problema é quando aquilo começa a crescer…assistimos a verdadeiras unhacas, quais garras capaz de ferir alguém se o apanharem a jeito, com uma enorme extensão branca mostrando que a unha que já cresceu. Não e não! Isso devia dar multa!! E depois…depois há aqueles que, quando apresentados por alguém, lançam por terra qualquer possibilidade de relacionamento. Impossível manter sequer uma amizade (até porque o cérebro não se consegue focar em nada mais que não seja o facto de aquela pessoa ter uns pés horrendos)  que são aqueles pés a que dou o nome de “Pés Adamastor”. Aqueles pés que têm calcanhares muito secos. Tão secos que a pele é amarela, grossa, sempre com um aspeto sujo. Os dedos, muitas vezes, curvados, coroados por unhas que mais parecem cascos de tão grandes e maltratadas. Por vezes ostentam, orgulhosamente, uma micose ou outra. Verdadeiros Adamastores que assustam qualquer pessoa que passe por perto deles. Assumo, tenho o hábito de olhar para os pés (para as mãos também!). Por vezes, na praia, até tenho medo de ser pisada por uma destas coisas horripilantes que servem de base de sustentação a certas pessoas!
Por isso, volto à questão do verão. Até nisso o verão é amigo. Conhecemos uma pessoa e não levará muito tempo (se a pessoa não estiver de chinelos) até que possamos ver os pés da pessoa. Não haverá lugar a surpresas desagradáveis mais tarde. Convenhamos: haverá algo de mais terrível do que gostar de alguém e perceber, tarde demais, que essa pessoa tem pés Adamastores? Contudo, esses, com jeitinho, poderão ser tratados. Mas aquelas verdadeiras patas de urso que são os pés gordos, acompanhados, muitas vezes, por deditos gordos e tristes…convenhamos, temos de gostar muito de uma pessoa para o sex appeal não ficar altamente danificado quando finalmente lhe descobrimos os pés! Contudo, se há amor…apenas teremos que nos tentar habituar e aceitar que a natureza foi cruel com aquela pessoa no que aos pés diz respeito. Pedir-lhe, ainda assim, que não deixe aquele pé gordo se tornar num pé gordo Adamastor porque isso seria uma verdadeira visão do inferno.

E chegados a este ponto – isto se alguém tiver tido a coragem de ler esta crónica até ao fim – digo que tenho certeza que estarão a olhar fixamente para os vossos pés pensando “Humm…serão bonitos?” Por favor, não enviem fotografias em caso de dúvida!!! 

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