Uma grande amiga minha disse-me
há algum tempo que o gosto que eu tinha pelo Carnaval contagiava as pessoas que
me rodeavam. Ela, que nem era grande fã do Carnaval, aguardava agora com
ansiedade essa data para poder vestir o seu boneco e vir festejar connosco. Dei
por mim a pensar que este gosto que eu tenho pelo Carnaval se deve, sobretudo,
a algo mais profundo que umas noites de folia. Concluí que aproveito o Carnaval
para celebrar a amizade!
Gosto de tudo o que envolve o
Carnaval, é certo: criar a personagem daquele ano é sempre do mais estimulante
até porque isso obriga a “reuniões” várias do quarteto. Seja ao vivo, seja
online, é ver o fabuloso processo criativo que precede a escolha da personagem
desse ano. Escolhida a personagem (e nunca é muito difícil chegarmos a
consenso), chegam as preocupações: que material comprar? Como fazer? Onde
adquirir?
Ultrapassado este momento é
chegado o momento de pôr as ideias em prática. E aí chegam os momentos
hilariantes. Se olharmos para trás lembraremos centenas de momentos
fabulosamente divertidos. O processo de fazer as nuvens de trovoada será sempre
relembrado como o mais fantástico. O que custou colar aquilo! (E mal colado que
ficou!). Mas…e as gargalhadas enquanto tentávamos? O trabalho de equipa que se
criou? Isso é fabuloso! E as fantásticas Chonés? A famosa maquilhagem negra que
tanto nos horrorizava? E as preocupações com cabeleireiro e maquilhagem para as
nossas “senhoras dos anos 50”? Todo um trabalho de equipa exigido!!! Mas tanto
momento fantástico e tanta gargalhada! E, ao analisar algumas das fotos dos
anos que passaram, percebo que o Carnaval se tornou para nós mais uma forma de
estreitar os laços de amizade que nos unem. Não nos encontramos para um jantar
digno, com vestidos magníficos e com direito a brinde. Encontramo-nos altamente
decoradas e celebramos os elementos que acima de tudo nos unem: amizade e
loucura!
Percebo hoje que o jantar de
Carnaval é já uma tradição tão importante como o nosso jantar de Natal. Percebo
que o que começou por ser uma tradição do quarteto se está a ampliar para ser
uma tradição de um grupo de amigos alargado que, de ano para ano, tem mais
gente disfarçada. E isso é fabuloso. Porque, e para acabar, percebi que, quando escolho me mascarar em algum lado
e com algum grupo é porque sinto essas pessoas como sendo “minhas”. Minhas
compinchas na vontade de fazer festa, na loucura, na celebração dos sentimentos
bons, na celebração da vida.
Por isso hoje, dia em que sai à
rua mais uma fatiota de Carnaval, quero agradecer aos que celebram o Carnaval
comigo há anos: os fabulosos membros do quarteto: Liliana, Mara e Helena. Aos que
celebram há menos tempo mas que têm lugar cativo no meu coração: Gisela, Filipa
(que hoje se estreia nas fatiotas de Carnaval!!!), Eugénia. Às minhas
fantásticas amigas Alentejanas, com as quais celebrei vários carnavais, Maria
João e Andreia. Agradecer ainda a algumas colegas (e amigas) de trabalho que
rapidamente mostraram que o nível de loucura é perigosamente idêntico e que me
fazem sentir em casa naquele cantinho do Alentejo: a maravilhosa Ana Luísa
(quais seriam as probabilidades de encontrar na escola alguém com o mesmo desarranjo
mental que eu???) e às minhas caras companheiras rockeiras Anabela e Deolinda!
E isto parece os agradecimentos
dos óscares…deixemo-nos disso e vamos lá mas é tratar do disfarce e celebrar a
vida!!!!!!!!
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